21 de julho de 2011

"Sobra tanta falta"

“Falta alguma coisa?”

Falta amor, falta entrega, falta se permitir. Falta coragem, falta luta, falta presença. Falta cumprir com suas palavras e atitudes que condizem com o que você diz. Falta um beijo roubado, uma declaração inesperada, falta uma surpresa. Falta você sendo só meu e sobra você. Tem você pra todos os lados. Lados demais pro meu gosto. E é isso que falta: falta a gente.

Mas eu apenas peguei minha sacola e sai da minha loja de histórias inventadas com perguntas nunca feitas respondendo “Não, obrigada.”

27 de junho de 2011

Desculpa

Eu sei que não é sua culpa. Sei que você não tem a intenção de me magoar e não faz de propósito. Mas é que eu sou mesmo assim, sensível. Me machuco com pouco e guardo pra mim. Não faz sentido brigar com você por causa das minhas inseguranças. Então: me desculpa. Desculpa quando meu ciúme é tão grande e disfarço ele com ignorância. Desculpa quando você diz A e meu coração entende B e eu desconto em você mesmo não sendo sua culpa. Desculpa por não falar com você e fingir que não te vi, mas é que eu só queria saber se você viria até mim. Me desculpa por te culpar por não vir, você não pode fazer nada se eu mudo de uma hora pra outra, não é mesmo? E quando eu chorar, me desculpa. Não é sua culpa, eu sempre saberei que não foi sua intenção. Mas é que eu sou mesmo assim e tem horas que meu coração está cansado de guardar todas essas coisas que ele inventa e transborda. Mas não se preocupe, vai passar. Só me coloque no seu colo e me desculpe, é minha culpa.

20 de junho de 2011

A Ponte

Não costumava me importar com esse tipo de coisa, sempre vivi muito bem sozinha. Mas a verdade mesmo é que eu nunca soube o que era ficar sozinha. Falta de amor nunca me foi problema e eu demorei muito tempo pra me dar conta disso. Não se tratava de não ter um carinho, uma palavra fofa, um olhar de preocupação. Não era sobre não ter atenção, conforto, quem soubesse o que se passava comigo mesmo sem eu dizer nada. Talvez fosse excesso de amor, mas nunca falta. O problema não estava ao meu redor, estava em mim. Desde pequena aprendi a me virar sozinha. Aprendi que seria só eu nesse mundo enorme e criei pontes de mão única, o que sempre me fez sofrer muito mais do que você imagina. Muitas vezes se trata de não sentir nada ou não aceitar que sinto. Mas queria que você me ajudasse, que tivesse só mais um pouco de paciência comigo. Meu problema não é deixar você chegar, é atravessar a ponte até o seu lado. Meu medo é ir até você.

26 de abril de 2011

Adeus

"Sinto sua falta", ele disse olhando em meus olhos.

Fazia tempo que não nos víamos. Tanta coisa tinha acontecido desde a última vez que lhe disse "Adeus".
Eu não sabia o que responder. Me faltou ar, coragem, equilíbrio... Tudo o que fiz foi ficar ali, parada olhando para seus lindos olhos castanhos, pensando o quanto também sentia sua falta.

"Queria que as coisas tivessem sido diferentes entre nós."

Droga, eu também queria. Também desejo seus braços em volta de mim fazendo com que eu me sinta a garotinha mais segura do mundo. Sinto sua falta o tempo todo.

"Me desculpe por deixar que perdêssemos algo tão bonito. Não deveria ter aceitado seu adeus tão fácil assim."

É verdade, não devia. Digo, eu não me vejo fazendo algo diferente no momento, mas você podia ter me agarrado, me beijado, me abraçado e ter sussurrado em meu ouvido para eu deixar de ser boba e que você estaria ali pra mim.

"Achei que era o que você queria. Queria te ver feliz. Você está feliz? Não acredito que fui tão tolo por achar que o tempo tem razão nas coisas que ele faz. Você acredita mesmo que um amor como o nosso acaba assim? por nada? por um simples adeus?"

Não, eu não acredito. Não acredito que me iludi que não era hora, que não era certo, que não era você. Não acredito que tenha te culpado por meus medos e minhas inseguranças.

"Bom, só queria mesmo lhe dizer que estou aqui. Sempre estive e provavelmente sempre vou estar. Foi bom te ver."

"Foi bom te ver também. E eu estou aqui para você. Sempre estive e com toda certeza sempre estarei."

Ele se aproximou para me dar um beijo e tudo o que fiz foi acordar. Ele não sentia minha falta e, muito menos, eu saberia admitir que sentia a dele. Eu não sabia amar e ele tampouco queria me ensinar.

Acordada, eu lembro que estou destinada a fugir do amor. A ser tola, orgulhosa, a sonhar. Mas já era tarde, não tinha tempo para minhas lamentações logo de manhã, precisava levantar e seguir em frente. Era hora de dizer "Adeus" a isso tudo, mais uma vez.

9 de outubro de 2010

"Se todas as coisas durassem para sempre, você saberia como são importantes?"


A distância nunca me preocupou, o que me dá medo mesmo é o tempo. Tenho medo que ele leve tudo que há de bom na minha vida hoje. De que com o passar dele as coisas se tornem menos importantes até ele passar tanto que elas sumam pra sempre.
A distância é algo tecnicamente fácil de mudar. Eu to aqui você ta lá, mas eu posso ir pra lá e você vir pra cá quando quisermos. Posso te ligar, posso até te mandar uma carta, e vai ser como se estivéssemos perto.
Mas e o tempo? O tempo muda tudo. Muda a freqüência dos telefonemas, faz as cartas chegarem depois do que deviam, faz a gente se acostumar com a ausência e, com o temeroso tempo, a saudade não dói mais. O tempo leva tudo. Leva a dor, diminui o amor, se vai tudo que há de melhor e pior na nossa vida.
Às vezes o tempo é tão bom comigo que tenho medo que ele esteja me pregando uma peça. Me dá tantas coisas boas, deixa eu aproveitá-las por tanto tempo que tenho medo dele de repente vir e mudar tudo, como outras vezes.
Então, eu só te peço uma coisa: faz com que quando o tempo te levar eu possa lembrar o quanto você foi importante pra mim?